Habilitação - Parte 01

Não sei porque cargas d'água, eu nunca tive muita vontade de aprender a dirigir. Talvez porque lá em casa nunca teve carro (a minha mãe não sabe pilotar nem bicicleta) ou talvez porque eu achasse uma tarefa por demais estressante (o que veio se confirmar depois). Mas enfim, vindo para São Paulo, me convenceram de que eu devia aprender.

Então, resolvi me matricular numa auto escola. 300 paus(UI!) + 100 paus ( a parte) para o exame psicoténico e aulas teóricas. Exame psicoténico: moleza! Na boa, não sei quais são os critérios deles, mas pelos meus eu não passaria nem pra guiar carrinho de mão. Vai entender!
Exame teórico: um saco. Definitivamente, para mim, a noite não foi feita para estar presa numa sala de aula, com um professor chato pra cacete, que faz tudo para ser o cara mais engraçado da face da terra, aprendendo leis de trânsito e mecânica de automóvel (prefiro um bar).

Então veio a terceira parte: aulas práticas. Em são Paulo isso tem um quê de esporte radical. Aprender a dirigir em avenidas estupidamente movimentadas faz o rapel parecer brincadeira de criança. O carro é um corsa e fico pensando que, se um dia eu puder, seria uma opção. Caibo perfeitamente nele. Mas essas aulas serviram para, além de aprender (e muito mal que fique bem claro) a dirigir, serviu para eu perceber que realmente isso nào faz parte de mim. Pense numa pessoa desatenciosa! Pensou? Multiplique. Até a última aula o instrutor ainda chamava minha atenção para a primeira marcha e a seta. A seta tem uma boa desculpa: sou baiana e todo mundo sabe que esse comando no cérebro do baiano não existe.

Bom, fiz as 15 aulas obrigatórias e mais 2 extras. Pronta pro exame prático (achando eu). Chego lá e 200 mil pessoas para fazer o exame. Os simpátissíssimos avaliadores são um caso a parte. Ficam todos reunidos, batendo papo, mas eu acho mesmo é que eles ficam rindo da cara dos coitados que estão lá para fazer o exame e tentando achar novas formas de amedrontá-los. Bom, chegou minha vez e...não consegui nem sair com carro. Deixei ele morrer. O cara calmamente, mas no fundo devia estar rindo pra cacete, mandou que eu me retirasse do carro e que eu deveria marcar outro exame. Puta merda! Lá se vai mais dinheiro! 130 conto pra refazer. Penso duas vezes porque além disso tenho que fazer mais algumas aulas práticas. Depois de contabilizar e e ver meu dindin criar asinhas, remarco o exame e mais duas aulas. E eis que ganho mais uma na faixa. Os caras trocaram o carro e ganhei uma aula extra para me acostumar. É um palio, mais novo e mais macio que o corsa, mas definitivamente grande demais. Fora da lista.

Segundo exame: alguém consegue adivinhar porque não passei?!!
Exato. A maldita seta...duas vezes!

Estou protelando o terceiro exame. 130 paus de 15 em 15 dias não tem peão que agüente.

Em tempo: enquanto não tiro a habilitação, eu ando de bike (para isto não necessita habilitação...ainda!).