Dignidade? Onde?

O centro de São Paulo virou um grande abrigo de sem-tetos. Da Avenida Paulista até o centro o que se vê é lastimável (é, porque no sentido Jardins isso não existe). Ao descer a Rua Augusta, a Rua da Consolação ou a Brigadeiro Luís Antônio o que se vê são pessoas jogadas nas ruas, nas praças ou no jardins: famílias inteiras.

Mas o que choca mesmo é a quantidade de idosos largados. Eles são a grande maioria. Claro, são a maioria dos desempregados e abandonados pelas famílias.


Quando se chega no centro (Anhagabaú, São Bento, República) a situação fica ainda pior. Grupos se aglomeram nos espaços, se jogam de qualquer jeito com o que resta da sua vida: às vezes, apenas um cobertor. Dividem marmitas de comidas ou apenas um pedaço de pão.


Muitos culpam os próprios moradores de rua, pois estes não querem ir para abrigos ou casas de repouso. Mas talvez o problema esteja nas próprias instituições: por que ir pra um lugar onde será maltrado e tratado feito lixo? Muitos deles não acham a rua o melhor lugar para morar, mas se sentem mais dignos nela. Será?