19.2.09

Trip Paraty/juatinga - Rj

REMEM

Finalmente o sol deu o ar de sua graça e conseguimos pegar o caiaque! Arrumamos tudo o mais rápido possível (ok, não tão rápido, por causa do problema de cabeça do seu blagus). Deixamos as mochilas e alguns equipas no camping em paraty, para serem entregues posteriormente onde deixariamos o caiaque, enfiamos o resto nos sacos estanques e zarpamos. 


Estávamos tão adrenados, que remamos por umas 2 horas sem parar. Eu estava encantada com a beleza do lugar. A água cristalina, dava impressão de ser um espelho. Bom, remamos até o leme travar. E essa foi a hora em que quase tive um ataque histérico. Blaguinhos tinha que descer da embarcação para destravar o dito cujo e as chances do barco virar são imensas se vc não se movimenta com cuidado. Existem técnicas de descida e subida do caiaque. Ain! Bom, ele desceu, enquanto eu gritava que aquela porra ia virar, arrumou o bicho, aproveitou para dar uns mergulhos, enquanto eu assava sob o sol, e subiu, enquanto eu dava mais uns gritos.




Num certo ponto tínhamos que passar por um trecho de mar aberto e foi exatamente nessa hora que o tempo fechou novamente e começou a chover e a ventar. Mar aberto com chuva e vento é bem emocionante. HAHAHA. Crianças, não façam isso!




Nossa primeira parada foi no Saco da Velha, logo após o trecho de mar aberto. Tentamos acampar numa praia, mas a "dona" disse que não podíamos. Foi o primeiro o único não da trip. ENtão remamos mais um pouco e encontramosa praia do bar do "Seu Vivinho". Ok, "Seu Vivinho" estava mortinho da silva há uns 6 anos. Que Deus o tenha! Mas fomos recebidos por sua esposa/viúva muito simpática, a Dona Stella (se não estou enganada). Um amigo do blagus tinha indicado o local para ele. Depois de alguns dias, tomávamos a primeira cerveja. Somente depois de algumas latinhas é que armamos o acampamento.

Algumas coisas que estavam fora dos estanques estavam muito molhadas e úmidas por causa da chuva. E então montamos nossa "árvore" de natal. Favela rules! 


No dia seguinte, 27/12/08, o tempo fechou novamente. Ficamos mais um dia. Um dia sem fazer nada. Chovia sem parar. Um dia totalmente come-e-dorme.

No dia seguinte, o sol não apareceu totalmente, mas o tempo estava bom, principalmente para remar. Remamos para o Saco do Mamanguá. Fizemos uma parada em Paraty-mirim. Como já tinhamos detonado todas a barras de cereal, que levamos para a viagem inteira, compramos alguns mata-fome no local. Não havia nenhum mercadinho por perto e tivemos que nos contentar com a barraca na frente da praia, que vendia apenas salgadinhos isopor e biscoitos doces. Se é o que tem, é o que vai!




Nossa próxima parada foi numa praiazinha onde tinha o Restaurante do Ostra. O cheiro de camarão alho e óleo reinava no ar. Pedimos uma porção...duas...e uma terceira no jantar. Cacete! Como tava bom aquele camarão. E melhor: muito barato! Era o paraíso - até anoitecer.


Acampamos por lá mesmo. Aproveitamos para carregar a bateria da câmera fotográfica e do GPS. Apenas o cãozinho do local não foi muito amigável e pensou em comer um pedaço de carne branca (a perna do blagus). Bom, ele devia estar cansado peixe. Fomos dormir. E é aí que termina o paraíso e começa o inferno: porvinhas! Pense num bichinho, menor que a ponta de uma caneta, que se multiplica em progressão geométrica e tem a picada de um borrachudo. Esqueça repelentes: Exposis? Off? Citronela? Hahaha. Não faz nem cócegas no bicho. Saimos da barraca para tentar dormir numa casa em construção ao lado. Sem chance. O jeito era esperar o dia amanhecer...Quando acordamos, arrumamos as coisas o mais rápido possível. Estávamos cansados e mau-humorados pela noite não dormida.

Zarpamos em direção ao fundo do Saco do Mamanguá, onde deixariámos o caiaque. Fizemos um tour pelo manguezal próximo. Milhares de carangueijos, de todos os tamanhos. Me deu muita vontade de comer uns. A carapaça vermelha do caranguejo com o cinza da lama, exibe um contraste maravilhoso. Mas o fedor é terrível.




Quando estávamos indo para a base, a maré tinha baixado bastante e o caiaque atolou. Blagus desceu e empurrou-o por alguns metros até conseguir sair da zona da lama. Quando se lavantava o pé o fedor era insuportável, de merda mesmo! Finalmente chegamos a base! Eram umas pessoas estranhas que habitavam aquele local. No ínicio fomos recebidos um pouco mal, com uma certa aspereza. Pouco mais de 1 hora depois, conversavámos e até fomos presenteados com uma bacia de carangueijo! Ui!




Pouco depois, nos demos conta de que os porvinhas iriam atacar novamente. E vierem com tudo! Não conseguimos nem fazer a janta: dentro da barraca era terrível, mas fora tava impossível. O jeito foi dormir de calça, blusa de manga comprida, meia e a cabeca coberta com a toalha. Não foi a salvação, mas deu para dormir um pouco melhor que na noite anterior.

5 comentários:

Marianna disse...

Oi, Joana! esse lugar é muito lindo! estava procurando na internet pra programar uma viagem em abril e achei seu site, muito bacana! Eu e meu marido estamos querendo ir no feriado de abril, sem guia, mas não estamos encontrando uma boa alma que nos alugue caiaque ou canoa, nem o pessoal que trabalha com o Paulo Nogara. Vc acha que é muito arriscado chegar lá e se virar com embarcações e hospedagem? tem algum contato por lá pra me indicar(caiçaras que alugam casa e embarcações)? Minha idéia era ficar livre para fazer trekking, descansar e remar bastante.
Obrigada,
Marianna (mari_mellone@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Na verdade gostaria de comentar sobre essa linha...
"Que Deus o tenha! Mas fomos recebidos por sua esposa/viúva muito simpática, a Dona Stella (se não estou enganada). Um amigo do blagus tinha indicado o local para ele. Depois de alguns dias." e gostaria de dizer que o nome da esposa do seu vivinho é Paixão assim chamada e o seu vivinho se chama Benjamim, meu avô..rsrs..forte abraço e adorei o blog.Fique com Deus e boa sorte.

Unknown disse...

Jo muito legal, agora tem que conseguir uma camera aprova dágua pra tirar as fotos do mergulho.

Taurus disse...

Mais um neto do Seu Vivinho na área... Na correria de colocar a matéria online sei que não dá tempo de se aprofundar sobre as histórias... Mas comendo o melhor aipim frito de Paraty acompanhado de uma caipirinha de cachaça da terra, era só levar um papo com minha avó, Dona Paixão, pra saber que o Vivinho era um seresteiro que saia de canoa do sítio dele até a sidade pra tocar sua viola pelas noites paratienses... Pescador, seresteiro, figura geniosa e carismática. Quem conheceu não esquece o velho...

Abraços,

André Diniz.

Taurus disse...

Noooossa! Entrou um "cidade" com "S" ali que vai me acompanhar até a última batida do meu coração... rsrs. Mas tá valendo!